Construmetal encerra programação com painel sobre perspectivas da construção civil

O Construmetal 2025 encerrou sua programação com o painel “Perspectivas e oportunidades para a indústria da construção civil”, um debate que reuniu representantes de entidades e instituições financeiras para discutir caminhos de desenvolvimento industrial, científico e tecnológico, com foco em descarbonização, transição energética e industrialização da construção.

 

A mediação ficou a cargo do economista e jornalista da CBN, Teco Medina, que ressaltou a importância do setor para a economia brasileira. “É importante, como economista, estar aqui, pois é um setor com um impacto muito grande na economia das cidades e dos estados. A gente olha os números aqui apresentados em outros painéis, que estão falando sempre de milhões, de não sei quantas mil vagas sendo geradas, então acaba sendo um termômetro bom para gente perceber o ânimo de vocês: como vocês estão, se estão animados, se estão ganhando dinheiro, se estão perdendo, como é que isso conversa com os números que vão sair depois na economia”, comentou.

 

Na sequência, Rafael Passos Dickie, gerente do BNDES, apresentou as principais iniciativas do banco voltadas para o setor, com destaque para o programa BNDES Mais Inovação, que apoia projetos de digitalização, aquisição de maquinário e descarbonização. “O BNDES tem uma agenda de promover a inovação, incentivar o financiamento de longo prazo com condições justas e custo compatível, e, além disso, ajudar na descarbonização das empresas. Trouxe aqui alguns elementos para dar um norte às companhias de construção metálica: o que o BNDES tem feito, o que ele pode fazer e onde pode apoiar da melhor forma. Temos agora a missão de ajudar, com o plano Brasil Soberano, as empresas na reconstrução e também no problema das tarifas impostas pelos EUA. Houve um recurso extraordinário que vamos operar para inovação e aquisição de equipamentos inovadores.”

 

O clima de otimismo foi reforçado pela consultora técnica da ABCEM, Catia Mac Cord Simões Coelho, que destacou a disponibilidade de recursos como oportunidade de transformação. “Nós temos deveres de casa para fazer, parcerias para buscar a inovação, e a transformação digital é um fato. O BNDES traz aí a disponibilidade de recursos para esses financiamentos. Então, independente de governo, o Brasil está acontecendo.”

 

Para Laura Marcellini, diretora técnica da ABRAMAT, a agenda de industrialização e digitalização precisa caminhar com a união das entidades representativas. “O setor da construção, como toda a cadeia produtiva, tem uma demanda reprimida: déficit habitacional, déficit de infraestrutura, um país inteiro para construir. Esse é um aspecto positivo. Por outro lado, precisamos buscar cada vez mais produtividade, digitalização e sustentabilidade. Para avançar, é necessária a união das entidades dessa indústria. É preciso trabalhar em conjunto.” Ela lembrou ainda a importância do programa Construa Brasil, iniciativa que vem sendo conduzida em ciclos desde 2020 e que já trouxe avanços em desburocratização, modelos de financiamento e industrialização, além de estar desenvolvendo um conteúdo gratuito de educação a distância para capacitação no tema.

 

O diretor executivo da ABCEM, Ulysses B. Nunes, reforçou que o momento atual é inédito para o setor. “Pela primeira vez, observa-se uma vontade real de industrializar a construção, evidenciada pelo aumento das indústrias de LSF e pelo apoio do governo, que manteve o programa Construa Brasil. O Minha Casa, Minha Vida também precisa ser industrializado, com casas em madeira ou aço. Com os financiamentos do BNDES, empresas de pequeno e médio porte têm oportunidades de investir em Indústria 4.0 e modernizar suas fábricas, reforçando a tendência de crescimento.”

 

Encerrando o painel, o presidente da ABCEM, Horácio Steinnman, celebrou os resultados do evento. “Para vocês terem uma ideia, 650 pessoas buscaram o crachá aqui dentro. Isso, para nós, é fantástico. As sessões técnico-científicas, coordenadas pelo professor Henrique Campelo, da Poli, proporcionaram o diálogo essencial entre academia e indústria, com um fórum que alia pesquisa às demandas reais do mercado, onde a inovação se transforma em solução prática. Nosso evento ofereceu a oportunidade de conhecer os produtos e serviços que estão definindo o presente e o futuro do setor.”

 

Para Steinnman, o Construmetal 2025 superou as expectativas e deixou um legado. “O Construmetal 2025 superou o caráter técnico, refletindo nossa capacidade de inovar, conectar conhecimento à prática e avançar rumo a um futuro sustentável, gerando projetos e soluções que beneficiem a sociedade.”

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